Um apontamento publicado recentemente num jornal da Quinta do Conde dava conta do incómodo que o autor sentia por haver candidatos que no momento das eleições vêm falar do percurso de vida próprio e da participação cívica que tiveram. A reflexão destacava também a importância de um só voto, mas acrescentava a possibilidade de votar em branco. Antes de outro contraditório parágrafo sobre a iliteracia da nossa população, o escriba insinuava haver candidatos que só o eram ao título e não ao desempenho, estando aqui a razão da abstenção.
Vamos por partes: É compreensível o incómodo que o “jornalista de ocasião” sente por não ter currículo, não obstante habitar a Quinta do Conde há mais de três décadas todavia, quer ele goste quer ele não goste, um voto consciente impõe que se conheçam os candidatos, o que se propõem fazer e o que fizeram antes. Compreende-se também a ginástica mental seguinte: um voto pode fazer toda a diferença se for na nossa lista, caso contrário vale mais o voto em branco.
O que não se compreende, nem vale a pena esforçarmo-nos a tentar decifrar é a “candidatura ao título e não ao desempenho”. Na verdade, há textos nos nossos periódicos que parecem reflectir as alucinações dos seus autores.
Escriba alucinado
Publicada por
Quinta do Conde
domingo, 13 de setembro de 2009
Vítor Antunes
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