PINHAL DO GENERAL II

A propósito da criação da Lei das AUGI, importa referir que, em Maio de 1995, quando a legislatura se aproximava do final o Partido Socialista propôs na Assembleia da República, e foi acolhida pela maioria, a realização duma Audição Parlamentar que previa ouvir dezenas de intervenientes.
Esta iniciativa mais parecia uma manobra dilatória e quase “matava” a intenção de criar legislação com aquele quadro de deputados já esclarecidos e sensibilizados.
Valeu a denúncia da intenção junto da comunicação social e com as eleições legislativas no horizonte, deputados e juristas trabalharam noites inteiras na construção daquela que viria a ser a Lei 91/95, conhecida por Lei das AUGI.

PINHAL DO GENERAL

A Assembleia Municipal de Sesimbra dedicou na sua última sessão alguns minutos ao Pinhal do General e aos problemas que subsistem, atinentes à recuperação urbanística e ao ordenamento do território. Aqui se recorda que a Lei das AUGI, criada em 1995, contou com o decisivo impulso duma petição iniciada em 1993 na Quinta do Conde. O conjunto de assinaturas dessa petição ficou muito aquém das expectativas, daí o tempo que mediou (cerca de oito meses) entre o início da recolha de assinaturas e a sua apresentação na Assembleia da República. Esclarece-se que para além da recolha de assinaturas se realizaram variadas diligências junto dos grupos parlamentares, incluindo a deslocação de deputados de vários partidos a visitar o Pinhal do General, Casal do Sapo e Fontaínhas.

O Homem e os Empreendimentos

Em 1970, há precisamente 29 anos, concretamente nos dias 27, 28 e 29 de Novembro, realizou-se em Almada o X Encontro da Imprensa não diária e António Xavier de Lima, um dos principais patrocinadores da iniciativa, reservou um dia para uma visita dos jornalistas aos seus loteamentos. O almoço e o jantar foram servidos no Restaurante da Quinta do Conde e constituíram no fundo a sua inauguração. Nessa ocasião Xavier de Lima anunciou um prémio de 25 mil escudos para o melhor trabalho jornalístico sobre os seus loteamentos e aí então os elogios, publicados na imprensa regional de norte a sul do país, atingiram as raias do ridículo, tornando evidente o esforço para desculpabilizar um dos principais responsáveis, quer do ponto de vista moral, quer material, pela acção de retalhar em parcelas, ditas “lotes”, uma parte significativa da Península de Setúbal. Os textos submetidos ao concurso foram depois reunidos em livro editado por “Empreendimentos António Xavier de Lima” com o subtítulo “O futuro de Lisboa é para lá do Tejo”.

Há 140 anos!!!


Gazeta Setubalense

AZEITÃO, 25 de novembro de 1869


Tem-se tornado muito sensível a falta de chuvas, causando grandes danos à agricultura em geral, e particularmente aos pobres jornaleiros, porque escaceando a colheita da azeitona, uma das principais fontes de riqueza d’esta terra, se vêem privados de trabalho e soffrendo os horrores da fome e da miséria.

Na quinta de Negreiros propriedade do sr. Maurício Carlos Martins e Oliveira, deu-se um caso que podia ter sérias consequências, mas que felizmente não houve desgraça a lamentar. Na abegoaria entrou um gato bravo, e que se supõe hydrophobo e ferrou as agudas unhas em uma perna d’um dos bois que lá estavam. e só a largou para se lançar a um cão que lhe estava próximo, o qual mordeu e arranhou cruelmente. Em seguida entrou um dos moços do sr. Martins e Oliveira, que levando uma espingarda a desfechou duas vezes contra o feroz animal, e como nas duas negasse fogo, o gato saltou a uma das pernas do homem, não o ferindo em consequência das botas grandes que trazia, e este com a coronha da espingarda o matou, não sem muito custo. Que tal era o bicho!

N’um dos dias d’esta semana, uma criança menor de três annos, estando próxima d’um cavallo este lhe deu um couce, em tão má hora, que a deixou em perigo de vida. Sirva tal acontecimento de exemplo aos pais de família, para que tenham cuidado em seus filhos e lhes evitem os perigos a que, pela sua idade, estão sujeitos.

O BISPO DE SETÚBAL

A sombra do polémico Bispo D. Manuel da Silva Martins ainda persegue o seu sucessor na Diocese de Setúbal. Muitos recordam os clamores e o mediatismo de D. Manuel que lhe valeram o epíteto de Bispo Vermelho. Um protagonismo tal que excedia a necessidade de afirmação duma Diocese acabada de nascer. O actual Bispo de Setúbal tem um estilo diametralmente oposto. Mas, a discrição de D. Gilberto Décio Gonçalves Canavarro dos Reis não pode ser confundida com menor intervenção, distanciamento, ou desatenção à sociedade local.

UMA CASA LEGAL É OUTRA VIDA

Conter o alastramento da construção ilegal tornava-se ainda mais difícil quando se observava um elevadíssimo défice de habitação. Este défice estava estimado em meio milhão de habitações em 25 de Abril de 1974. Aliás, era então usual, os casais jovens ficarem a viver em casa dos pais de um deles por não haver casas para arrendar e a venda com recurso ao crédito bancário ainda não se ter tornado moda.O crescimento do poder de compra da generalidade dos portugueses “empurrou-os” para a solução fácil, solução que o tempo mostrou, na maior parte dos casos, ter sido muito mais onerosa. E, não obstante a clareza da mensagem, de pouco valeram os anúncios publicados na imprensa, em meados de 1977, a desincentivar a opção pelo ilegal.
"Portugal não pode transformar-se num país de Habitação Clandestina é preciso Agir e Urbanizar!"
"E urbanizar é conceber e projectar o local exacto para construir. É abrir a rua. Colocar o esgoto. Ligar a água e a luz. É pensar na creche, na escola e no jardim. No antes e no depois. Nos transportes à porta. Nos equipamentos. Nas zonas de comércio e convívio. É construir legalmente para uma vida melhor. Para si. Para a sua família."

CASAL DO SAPO

O Casal do Sapo, na Freguesia de Quinta do Conde está, finalmente, no caminho certo no que respeita à recuperação urbanística. Sabe-se que na maior parte da sua área já é possível construir legalmente, isto é, com licença camarária. Deveria ter sido assim antes do parcelamento da propriedade, isto é, primeiro deveriam ter-se realizado as obras de urbanização é só depois a venda dos lotes. Observar agora anúncios como este publicado no Diário de Notícias, dia 12 de Junho de 1968, podem ajudar a compreender muito mas… não justificam tudo.
Atente-se na data do anúncio 12 de Junho de 1968! O parcelamento da propriedade do Casal do Sapo é anterior ao da Quinta do Conde, onde a venda de "lotes" começou, tal como a construção ilegal, já na década de setenta.

MARINA FÁTIMA

A versatilidade da artista quintacondense Marina Fátima pode ser apreciada agora na vertente do desenho de caricaturas. A irrequietude, a energia e o dinamismo são características pessoais que notoriamente contagiaram os seus trabalhos da área da pintura. Esta singular especificidade vai decerto continuar a notar-se nas caricaturas que agora expõe.

Martha Esperanza

En atraco murió el conocido comerciante Chaparraluno, Aníbal Ramos. El patricio del partido liberal fue victima de los ladrones que lo golpearon cuando se encontraba en su residencia. Los delincuentes se llevaron elementos de valor. Ramos fue remitido del hospital San Juan Bautista de Chaparral a la clínica San Sebastian de Girardot y debido a la gravedad de las heridas remitido a un centro asistencial de Bogotá donde falleció. Aníbal Ramos era el padre de la ex diputada a la Asamblea del Tolima, Martha Esperanza Ramos y de Armando Castro, fiscal sexto especializado de Ibagué.

(Notícia retirada de Econotícias /Colombia)

CONDES DE SESIMBRA

O Grupo de Danças Antigas “Condes de Sesimbra”, do Centro Comunitário da Quinta do Conde apresentou-se finalmente na sede da Instituição. E dificilmente podia ter sido em melhor momento. Foi precisamente no dia em que a Instituição assinalou vinte e dois anos de existência e perante inúmeros convidados. O Grupo começou por privilegiar as danças do Renascimento mas está já a evoluir para danças do período barroco.
Ficaram positivamente surpreendidos aqueles que assistiram pela primeira vez ao trabalho do Grupo.

III MILHA URBANA DA QUINTA DO CONDE


Escalão D

(Concorrentes femininos com 10 anos ou mais)

Classificação
1.ª Ana Isabel Rodrigues 7’ 25”

2.ª Arminda Galveia 8’ 14”

3.ª Rosa Maria Afonso 8’ 49”

III MILHA URBANA DA QUINTA DO CONDE

Escalão C
(Concorrentes masculinos com mais de 40 anos)
Classificação
1.º Alberto Cova 5’ 43”
2.º Vítor Antunes 6’ 14”
3.º José Sintra 6’ 20”

III MILHA URBANA DA QUINTA DO CONDE


Escalão B

(Concorrentes masculinos com mais de 18 anos)
Classificação

1.º Rui Jorge 5’ 11” 50
2.º Pedro Ferreira 5’ 20” 73
3.º Bruno Torres 5’ 23” 09

III MILHA URBANA DA QUINTA DO CONDE

Escalão A
(Concorrentes masculinos dos 10 aos 18 anos)

Classificação

1.º André Antunes 6’ 37” 01

2.º Vítor Ramos 7’ 11” 00


3.º Pedro Moleiro 8’ 31” 00

SÍMBOLOS HERÁLDICOS

A criação dos símbolos heráldicos da Quinta do Conde começou a ser encarada a partir das eleições autárquicas de 1993. Na primeira reunião da Assembleia de Freguesia após a tomada de posse foi apreciada uma proposta, que vale a pena recordar:
“De acordo com a Lei 53/91, de 7 de Agosto, as freguesias têm direito à constituição e uso de símbolos heráldicos, que são os brasões de armas, as bandeiras e os selos. A Quinta do Conde é um pólo em desenvolvimento acelerado e a sua afirmação, a promoção da sua imagem positiva passa, também, pela constituição dos seus símbolos: A Assembleia de Freguesia da Quinta do Conde reunida em sessão extraordinária, a 25 de Março de 1994, delibera propor à Junta de Freguesia a abertura, tão cedo quanto possível, do concurso público para a criação do brasão de armas, bandeira e selo.”
Esta proposta foi reprovada mas, a Junta de Freguesia inscreveu no Plano de Actividades para 1995, esse objectivo e prometia a apresentação dos símbolos durante esse ano, na comemoração do 10º aniversário da criação da Freguesia. A Junta encomendou a uma empresa da especialidade a execução da proposta e enviou-a para parecer à Comissão de Heráldica da Associação de Arqueólogos Portugueses. Esta, no seu parecer de 14 de Janeiro de 1997, indicava uma bandeira de cor vermelha e descrevia assim o brasão: “escudo de prata, pinha de verde entre um ramo de laranjeira de verde, frutado de sua cor e um ramo de oliveira de verde, frutado de negro, passados em aspa no pé; em chefe, dois crescentes de vermelho. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro: “Quinta do Conde”. Estes símbolos foram reprovados na Assembleia de Freguesia, a 11 de Junho de 1997 porque, partiam da ausência total de factos históricos próprios, o que foi contestado com a apresentação de um resumo histórico da localidade.
Vítor Antunes

A CRIAÇÃO DA FREGUESIA

Numa coluna de opinião de Hasse Ferreira publicada dia 13 de Novembro no jornal Nova Morada aquele ex.deputado escreve: “… desde a criação da freguesia da Quinta do Conde por minha iniciativa e de dois outros deputados, que…”. Quem lê o texto de onde este fragmento foi retirado fica com a convicção de ter sido Hasse Ferreira autor ou subscritor de algum dos três projectos de lei que antecederam a decisão da Assembleia da República. Hasse Ferreira foi deputado em várias legislaturas e até podia ter apresentado alguma iniciativa parlamentar a propósito deste assunto, mas… não foi o caso!
Esclarece-se, no sentido de prevenir a tentação para reescrever a História, que em 18 de Abril de 1979, foram os deputados do Partido Comunista Português (Jaime Serra, José Manuel Maia, Hermenegilda Pereira, e mais dois) quem apresentou na Assembleia da República o Projecto de Lei número 252 da primeira legislatura, que visava a criação da Freguesia da Quinta do Conde. A dissolução prematura daquele órgão de soberania não permitiu que o documento chegasse a ser votado. E o mesmo viria a suceder na legislatura seguinte: o PCP apresentou o Projecto-Lei 154/II, de conteúdo similar ao anterior e com o mesmo destino, isto é, não chegou a ser apreciado, em consequência de nova dissolução da Assembleia da República.
Na terceira legislatura, no dia 22 de Junho de 1983 (ou 1984) foram os deputados José Manuel Maia, Carlos Espadinha, Rogério Brito, Anselmo Aníbal e Silva Graça, do PCP quem subscreveu o Projecto de Lei n.º151/III, de conteúdo semelhante aos anteriores e que acabaria, finalmente, por subir a plenário e ser aprovado no dia 9 de Maio de 1985.
A 4 de Outubro de 1985 o Diário da República publicou a Lei 83/85, que no seu artigo 1º predispõe: “É criada no concelho de Sesimbra a freguesia da Quinta do Conde.” E o artigo 6º concluía: “A presente lei entra em vigor 5 dias após a sua publicação.”
Juridicamente, a Freguesia da Quinta do Conde existe desde 9 de Outubro de 1985.
Vítor Antunes

22.º Aniversário do Centro Comunitário da Quinta do Conde


Programa

Sexta-feira 13 de Novembro
14h00 - Prevenção de Burlas e Furtos (Programa Idoso Seguro da GNR)

Domingo, 15 de Novembro
10h00 - III Milha Urbana da Quinta do Conde - “A Correr ou a Andar” na Avenida 1.º de Maio.
13h30 - Assembleia Geral do Centro Comunitário da Quinta do Conde.

Terça-feira, 17 de Novembro
11h00 - Romagem ao Cemitério da Quinta do Conde para homenagear associados e amigos do Centro Comunitário já falecidos.
12h00 – Almoço Centro de Dia / Direcção / Grupo Musical Renascer
19h30 – Jantar convívio
20h30 - Sessão Solene
21h00 – Apresentação do Grupo de Danças Antigas “Condes de Sesimbra” do Centro Comunitário da Quinta do Conde.

Quarta-feira, 18 de Novembro
12h30 – Visita do Senhor Bispo de Setúbal ao Centro Infantil e almoço com dirigentes, trabalhadores e crianças da Instituição.

Domingo, 22 de Novembro
14h00 – Actuação do Grupo Musical Renascer
14h30 - Baile com Gisela Duarte

III MILHA URBANA DA QUINTA DO CONDE

Integrado nas comemorações do 22.º Aniversário do Centro Comunitário da Quinta do Conde, e sob o lema “A correr ou a andar”, vai realizar-se a 15 de Novembro de 2009, a III Milha Urbana da Quinta do Conde.
Organização
Centro Comunitário da Quinta do Conde
Rua José Relvas, 640
2975 - 325 Quinta do Conde
Telefone: 212 137 730 - Fax: 212 137 739
Apoios
A organização da III Milha Urbana da Quinta do Conde reúne apoios da Câmara Municipal de Sesimbra, Junta de Freguesia da Quinta do Conde, Caixa do Crédito Agrícola da Costa Azul, Guarda Nacional Republicana e Bombeiros Voluntários de Sesimbra.
Data
15 de Novembro de 2009, às 11 horas (a concentração para entrega de dorsais é a partir das 09:00 horas, na Junta de Freguesia da Quinta do Conde).
Percurso
Rua 25 de Abril, Avenida 1.º de Maio até à Rotunda dos Dadores de Sangue, retorno pela mesma Avenida 1.º de Maio, até ao início da Rua 25 de Abril.
Inscrições
Inscrições abertas em representação de colectividades, grupos desportivos, clubes de empresa, ou outras entidades, e ainda individualmente, federados ou não federados.
As inscrições são gratuitas devendo ser efectuadas até dia 13 de Novembro, às 18h00, através do Boletim de Inscrição, entregue na secretaria da Instituição, enviado por correio ou por fax, ou ainda através de e-mail.
A inscrição prévia é obrigatória para efeitos de seguro do concorrente.
Identificação
Todos os participantes serão portadores de um dorsal, fornecido pela organização e entregues às equipas e concorrentes individuais no dia da prova.
As idades para cada escalão serão consideradas à data da realização da prova.
Em caso de dúvidas a Organização procederá à identificação do(s) concorrente(s) através do Bilhete de Identidade.
Escalões
a) Para concorrentes dos 10 anos aos 18 anos (nascidos entre 15 de Novembro de 1991 e 15 de Novembro de 1999 inclusive);
b) Para concorrentes com mais de 18 anos (nascidos antes de 15 de Novembro de 1991);
c) Para concorrentes com mais de 40 anos (nascidos antes de 15 de Novembro de 1969;
d) Para concorrentes do sexo feminino, com 10 anos ou mais;
e) A correr e a andar – escalão não competitivo para os restantes concorrentes.
Horário, partidas e distâncias:
· Escalão A: Partida às 11:00 horas da Rotunda dos Dadores de Sangue, percorre a Avenida 1.º de Maio, e termina na meta instalada na Rua 25 de Abril. Distância: 1609 metros;
· Escalão B: Partida às 11:15 horas da Rotunda dos Dadores de Sangue, percorre a Avenida 1.º de Maio, e termina na meta instalada na Rua 25 de Abril. Distância: 1609 metros;
· Escalão C: Partida às 11:30 horas da Rotunda dos Dadores de Sangue, percorre a Avenida 1.º de Maio, e termina na meta instalada na Rua 25 de Abril. Distância: 1609 metros;
· Escalão D: Partida às 11:45 horas da Rotunda dos Dadores de Sangue, percorre a Avenida 1.º de Maio, e termina na meta instalada na Rua 25 de Abril. Distância: 1609 metros;
· Escalão E: Partida às 12:00 horas da Rua 25 de Abril, percorre a Avenida 1.º de Maio, e termina na meta instalada na Rua 25 de Abril. Distância: 1100 metros.
Prémios
Troféus para os três primeiros de cada escalão competitivo. Taça à equipa com maior número de atletas nos escalões competitivos.
Camisolas para todos os concorrentes que concluírem o percurso.
Diversos
O estado de saúde de cada concorrente é da sua exclusiva responsabilidade. A organização tem seguros para todos os participantes e garantirá a assistência de primeiros socorros com a colaboração dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra.
Casos omissos serão resolvidos pela organização.

AMOLA-TESOURAS II

Entre os ofícios em vias de extinção abordamos o de amolador, também conhecido por amola-tesouras, arte cujo declínio começou em meados do século passado. Sendo certo que para afiar uma faca, uma tesoura ou uma navalha de barbear são necessários conhecimentos e destreza que a generalidade das pessoas não tem, a maioria dos amoladores não se limitava a fazer isto. Aliás, a profissão tinha variantes com pouca ligação entre si. Por exemplo, que tem um guarda-chuva a ver com uma tesoura? E aquele, ou esta, com um prato de cerâmica ou com uma panela de alumínio? De facto, além de afiar tesouras, o artista consertava sombrinhas; aplicava rebites em furos de tachos e panelas, fossem elas de alumínio, zinco, ferro ou outro metal; reconstruía loiça cerâmica com a colocação de gatos (espécie de grampo metálico) nas rachas ou para a reunião das partes quebradas…
O equipamento principal do amolador era a Roda (estrutura em madeira, dotada com uma roda, que a tornava móvel), munida com um ou dois esmeris. Na posição vertical a Roda servia para afiar as tesouras, as facas e as navalhas de barbear. O amolador colocava uma correia a ligar a roda grande ao eixo que suportava os esmeris e impulsionava o pedal até atingir a rotação desejada no esmeril. Na posição horizontal a Roda funcionava como uma carro de mão para se deslocar e transportar a ferramenta de trabalho. Esta era constituída usualmente por alicates, martelos, sovelas, arame, cré, rebites, varetas e pano de guarda-chuva. Acontecia frequentemente que o amolador também tinha conhecimentos de funileiro e nesse caso juntava pelo menos um ferro de soldar, estanho, chapas de zinco de diferentes espessuras e uma palanca em ferro. Peça indispensável no equipamento do amola-tesouras era a “gaita”, um instrumento de sopro, uma espécie de flauta, metálica, que produzia o som característico com que anunciava a sua presença. A audição deste ruído era popularmente conhecida como indício de chuva para breve.
O amolador era nómada por natureza, deslocava-se a pé de aldeia em aldeia, empurrando a sua Roda, por vezes acompanhado de um burro que lhe carregava os pertences. A retribuição era frequentemente em géneros alimentares: carne “curada” no fumo ou no sal, azeite, batatas. Para comunicar entre si os amoladores tinham um dialecto próprio, o baralhete. Havia, entre os amoladores, muitos originários da Galiza.
Hoje já não se afiam tesouras nem navalhas de barbear; já ninguém pede para gatear um prato, rebitar um tacho ou substituir a vareta partida dum “chapéu-de-chuva”. Hoje a Roda virou peça de museu.

In Fórum da Quinta do Conde, Setembro de 2008

AMOLA-TESOURAS

O Blog Sesimbra (http://sesimbra.blogspot.com ) administrado pelo incansável João Aldeia, tem hoje um vídeo da passagem de um amola-tesouras por Sesimbra. A imagem fez-me recordar os meus antepassados, embora nesta versão daquele ofício o "amola-tesouras" se apresente de bicicleta.

O meu avô materno nasceu na Galiza, concretamente em Santa Eulália de Licin, perto de Escairon (O Savinão) província de Lugo. Tal como boa parte dos galegos que demandaram Portugal no final do século XIX e princípio do Século XX, também o meu avô era amolador, aliás, ajudante de amolador. O outro, o profissional, era ligeiramente mais velho que o meu avô, mas ambos solteiros. A aventura que ambos começaram em Santa Eulália terminou no distrito de Castelo Branco onde ambos casaram. No caso concreto do meu avô, depois de se apaixonar e apalavrar o casamento, voltou à Galiza em busca da necessária documentação. Partiu a pé, naturalmente, trabalhando pelo caminho com a roda de amolar. Demorou mais de um ano...

Vítor Antunes

PEQUENOS MONSTROS

Há ainda na Quinta do Conde lado a lado com vivendas cuidadosamente tratadas, cinco ou seis cabines de electricidade, os usualmente designados postos de transformação (PT), da EDP, que mais não são que gaiolas, inestéticas e inconcebíveis, nos tempos que correm. Trata-se da versão mais antiga daqueles equipamentos, inaceitáveis mesmo em propriedades rurais, quanto mais numa vila como a Quinta do Conde, onde já habitam mais de trinta mil pessoas. Sabe-se que para a EDP não contam critérios urbanísticos nem de estética e também se sabe que "por razões de ordem técnica" este modelo de PT tem vindo lentamente a ser substituído por modelos mais urbanos. Só que a lentidão com que esta substituição está a ser feita pressupõe mais duas décadas para eliminar estes pequenos monstros. Pequenos monstros que dão uma imagem negativa da EDP incompreensível com os lucros que esta empresa apresenta anualmente.

CANOAGEM DA QUINTA DO CONDE

Cada desporto tem a sua especificidade e, de entre os desportos aquáticos a canoagem destaca-se pela vivacidade das imagens que proporciona. É um desporto que se pratica usualmente em contacto directo com a natureza, factor que lhe acrescenta qualidade.
Há na Quinta do Conde um grupo de praticantes constituído, inicialmente no âmbito do desporto escolar, depois já com outros laços, mas ainda com significativo número de professores que usa regularmente a Lagoa de Albufeira para aí exercitar a prática da canoagem.A Junta de Freguesia apoia a iniciativa com a cedência regular duma viatura para transportar praticantes aos treinos. Proporcionar a oportunidade para experimentar diferentes práticas é importante quando o objectivo é massificar o desporto, incluindo neste o futebol mas entendo-o como mais uma prática e não a única prática.