Assinalou-se este mês o centenário do nascimento de Alberto Emílio de Araújo, destacado intelectual e dirigente comunista, nascido em Almada a 14 e Dezembro de 1909, numa família de comerciantes. Esta origem social permitiu-lhe estudar, ao contrário da esmagadora maioria das outras crianças e jovens da sua idade, licenciando-se em Filologia Clássica e Estudos Camonianos na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Começou muito cedo a sentir os problemas de saúde que o afectaram toda a vida, tendo estado dois anos internado num sanatório na Guarda.
Destacou-se desde jovem pela sua viva inteligência e empenho no estudo. Em meados dos anos 30, tornou-se dirigente do PCP, trabalhando com o então Secretário-geral, Bento Gonçalves.
No final de 1935, Bento Gonçalves e todos os membros do Secretariado do PCP foram presos. Como viria a acontecer tantas e tantas vezes na sequência da repressão da ditadura, o Partido chamou vários militantes a assumir as mais altas responsabilidades. Alberto Araújo, jovem professor de 26 anos, foi chamado ao Secretariado do Comité Central, ficando responsável pela imprensa e pela propaganda.
Ao mesmo tempo que mantinha a sua actividade legal como professor, Alberto Araújo assumia a responsabilidade do Avante.
Preso em 1937, foi enviado para o Tarrafal. Libertado em Dezembro de 1945, regressou a Almada com a saúde completamente arrasada, encontrando ainda forças para participar em actividades culturais e democráticas.
No dia 19 de Março de 1955, com 45 anos, Alberto Araújo morreu no hospital de S. José, em Lisboa. Três dias depois, o seu funeral em Almada, nas palavras de outro notável almadense, Romeu Correia, foi uma impressionante manifestação popular.
100 anos depois do seu nascimento, a memória de Alberto Araújo permanece na toponímia da cidade de Almada, na placa que assinala a casa onde nasceu bem como no busto no jardim com o seu nome, colocado por “subscrição pública” por homenagem popular.
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