Estética versus Segurança


A evolução da construção do nó desnivelado da Quinta do Conde é acompanhada pelos quintacondenses com enorme expectativa, não ignorando a generalidade destes, por um lado, a importância da obra no contexto local e regional, nem omitindo os inconvenientes que uma construção com esta dimensão e características sempre acarretam. No capítulo dos inconvenientes a compreensão dos quintacondenses tem sido enorme, e deve ser destacada a paciência dos residentes próximos do Centro Veterinário que durante muito mais tempo do que aquele que inicialmente era anunciado sofreram as agruras decorrentes do pó que o intenso movimento de viaturas agitava naquela zona. A cor dos telhados e das árvores atesta de algum modo a dimensão do problema, que não permitia, nem por escassos minutos a abertura das janelas para arejar as moradias…
Outra questão que foi levantada e depressa reuniu seguidores foi a dimensão diferente dos separadores da EN10 e as vias internas, colocados na parte norte da intervenção. No lado nascente da EN10 o separador tem cerca de 30 centímetros de altura enquanto no lado poente tem cerca de 80 centímetros. Esta diferença desagradou a alguns comerciantes, que alegaram razões estéticas. Todavia, para o instituto Estradas de Portugal o que estava em causa era a segurança. De acordo com os seus técnicos existe um risco de acidente acrescido numa zona de travagem, sobretudo quando a comparação for com uma zona de aceleração. A colocação de um separador mais eficaz pretende prevenir que em caso de acidente ele se propague a outras vias. Como é óbvio, quando a escolha é entre a estética e a segurança a opção é clara: primeiro a segurança! É que estão em causa vidas humanas. E até há notícia de acidentes mortais naquele local que não teriam acontecido se os rails de protecção da EN10 não tivessem então sido removidos por alguns “interessados”.

Vítor Antunes

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